Me espantei outro dia ao ver uma notícia falando que o primeiro Toy Story fez 20 anos alguns dias atrás. Toy Story deve ser minha animação favorita da vida. Sei de cor todas as falas do primeiro e do segundo filme e só não sei as do terceiro porque geralmente passo todo o filme chorando como uma criança que se perdeu dos pais no shopping. Se nos esforçarmos um pouco puxando da memória (ou buscar no google) pode-se perceber que após o grande sucesso de Toy Story o mercado de animações 3D explodiu em popularidade, gerando vários classicos, como Vida de Inseto, Monstros SA ou Os Incríveis, também da Pixar, Shrek da Dreamworks ou Era do Gelo da Fox, isso apenas no fim dos anos 90 e começo do 2000.
Mas é claro que, junto de toda nova moda além das pérolas, do trigo, da bonanza; há o joio, o lixo, a crostinha do meio fio que consiste numa mistura de óleo de carros, vômito do mendigo e chorume do lixo que não é recolhido a 2 semanas porque os garis estão em greve. Dentro desse mar criativo foram feitas coisas boas, outras toscas… São delas que vamos falar.
Depois de muita meditação, anos de reflexão, crises existenciais e algumas cervejas, cheguei a conclusão que: levando em conta que a melhor animação feita da época (até hoje, ouso dizer) foi a primeira de todas, isto é Cassiopéia Toy Story, então a barra a ser atingida era altíssima. Aliado a níveis de produção sofríveis, orçamentos limitados, problemas como tecnologia atrasada e outras cositas mas.
Disclaimer: sou apenas um consumidor, não manjo porra nenhuma de animação ou modelagem 3D e esse texto tem fundo humorístico e informativo.
Tirado isso da frente vamos ao primeiro:
O 3D do Cassiopéia
O infame filme supracitado virou meio que um sinônimo de 3D tosco para os brasileiros (abraço para o Evandro do 99vidas). O filme mostra como uma raça de aliens verdes e nojentos (claro que são os vilões) está tentando roubar a energia do planeta chamado… é não tem nome o planeta. O mais bizarro é que eles podem roubar a energia e tudo mais… mas não sabem qual é a dimensão em que ele está. Enfim, os mocinhos conseguem mandar capsulas com o pedido de resgate que são recuperados por outros robozinhos que vão lá ajudar e tudo dá certo.
A tosquisse do filme no entanto tem suas justificativas. Para efeitos de comparação, enquanto o valor estimado de orçamento de Toy Story foi de 30 milhões de Obamas (ou Clintons, para época), Cassiopéia custou 1,2 milhões. Por sorte ou não, o filme completo está disponível para total apreciação no Youtube.Uma das partes mais bizarra é ouvir dubladores paulistanos como Clécio Souto (Shiryu), Hermes Baroli (Seiya) numa animação dessas. Tirando a animação sofrível e por consequência a falta completa de expressão dos personagens (mal mexem as boca, nem as palpebras), é louvável ver o esforço feito na época, e por trás da baixa produção consegue-se perceber um pequeno carisma dos personagens e que me fez querer ver o filme até o fim. Fora que o cachorro e o gato robôs são lindos *_*
Parque do Lincoln – PeTralhaS de Artrite
O jovem dos anos 2000 que não gostava de Linkin Park que jogue a primeira pedra! Embora hoje eu ache a maioria das músicas do grupo bem bosta esse clipe e música ainda me trazem boas lembranças. Na época era algo de outro mundo! Os robôs (claramente influenciados por animações japonesas clássicas) lutando contra os monstros “aumentados”, todo o efeito de iluminação continua bacana sobretudo no fim quando umas fadas muito loucas invocam uns tentáculos (mais influências nipônicas?) que matam os monstros.
Curioso notar que a parte que mais data o clipe é a modelagem horrorosa dos rostos dos membros da banda como os masterminds dos robôs. O Uncanny Valley chega a níveis abissais e me faz querer socar o Mike Shinoda toda vez que ele começa a rapear com aquelas bochechas que não mexem.
Falando em lutas intergaláticas entre raças bizarras…
Guerreiros das Sombras ou o nome mais genérico do mundo
Esta peróla da animação produzida pela Mainframe Entertainement (mudou o nome para Rainmaker Entertainement) que também é responsável pela magavilhosa série ReBoot (inclusive os personagens se parecem demais) entre outros que possivelmente vou abordar no futuro. Esse desenho, ao menos no Brasil, recebeu uma atenção muito grande nos anos 2000 pois passava entre Pokémon e Dragon Ball Z no Cartoon Network. Enquanto fedelho, eu era um rato de televisão e passava a tarde/noite toda assistindo Cartoon/Fox Kids/Nickelodeon, então tenho várias lembranças a respeito da animação.
A história revolve ao redor das Bestas do Planeta Feroz, que como são malvados precisam devorar os planetas dos outros para sobreviverem e fazerem mais malvadezas malvadas. As Bestas, que são consideradas apenas lendas para assustar crianças, acabaram de destruir o sistema solar em que mora uma das personagens da trama, a Tekla. Ela foge para avisar habitantes de outros planetas que eles podem ser os próximos e devem se unir para combater o mal. Cada personagem da trama vem de um planeta desse sistema que mais ou menos correspondem a arquétipos clássicos de histórias. O personagem Graveheart, que vem do planeta da Pedra, que era interpretado pelo Clóvis Bornay da dublagem, Guilherme Briggs, era um minerador e era o herói incorruptível. Cryos o rei do planeta de Gelo, que mais parecia uma formiga antropomórfica e tomava o papel de ancião conselheiro. O príncipe Pyrus do planeta de fogo é o jovem impetuoso e inconsequente e assim por diante. Uma das lembranças mais iradas que tenho era o Vizir do planeta fogo controlando o núcleo do planeta para atacar as bestas. Bons tempos…
A série teve só 2 temporadas e depois foi cancelada, o que eu acho uma pena porque embora seja uma porcaria, era uma boa porcaria. Há alguns episódios dublados no youtube e vale a pena dar uma olhadinha.
Abrindo um parentese para falar dessa empresa, a Rainmaker Entertainment, ela foi responsável por muita inovação no ramo do 3D (e muita porcaria também). Por exemplo ela fez o clipe magnífico de Money For Nothing do Dire Straits. Hoje em dia eles estão fazendo o longa em animação do Ratchet & Clank.
Bom, por hoje é só, amibinhos. Gostaram do texto? Querem que eu comente sobre mais alguma série bizarra dessa época? Deixem um comentário!
“Cassiopeia” merece todo o respeito do mundo, com certeza. Ainda bem que conseguiu enxergas as virtudes, amigón.
Espero que conheça o curta-metragem “Nello’s”. De qualquer forma, taí:
https://vimeo.com/24836479
Uma animação digna de ser citada é o clipe “Wildest Dreams” do Iron Maiden. Aquele Bruce Dickinson já era tosco pra época. E sobre todo jovem da época gostar de Linkin Park:
Sempre que eu via esse clipe co Linkin Park ficava esperando a data de lançamento de um RTS futurista.
Seria o melhot trailer da época!